28/05/2015

Pico de Barbas - Darwin sempre teve razão






O vaivém da moda de usar barba ao longo da história pode estar relacionada com a Teoria de Darwin!

Para quem é mais "desatento", Charles Darwin foi um naturalista britânico  que no século dezoito convenceu a comunidade cientifica da ocorrência do fenómeno evolutivo. Ele propôs uma teoria para explicar como se dá a evolução, por meio da selecção natural e sexual.
Uma outra teoria surgiu no ano passado num estudo publicado pelo jornal cientifico Biology Letters, jornal que pertence à Royal Society, academia cientifica localizada no Reino Unido e que agrega uma grande comunidade de cientistas de todo o mundo.

Quantas mais barbas existem, menos atractivas elas se tornam, o que fornece uma vantagem competitiva aos homens que optam por se barbear. 

Já não é a primeira vez. Quando a frequência do "pico de barbas" é alcançada, o pêndulo volta para trás e começam a aparecer os pêlos faciais mais curtos e a tendência começa a mudar.
O "pico de barbas" atingiu o seu clímax quando começámos a ver pêlos faciais em profissões ao qual não associamos naturalmente, casos de bancários, advogados e até pivots de televisão. 

Um artigo que li recentemente acerca do aumento do número de cirurgias de "transplantes de barba" nos USA deixou-me ainda mais curioso acerca deste tema e procurei saber se existiam dados concretos sobre a popularidade das barbas.

Em 1976  foi feito um estudo pela Universidade de Washington. Eles solicitaram jornais de época (Illustrated News desde 1842) para avaliar e medir as tendências dos pêlos faciais na época. Foi contado o número de homens que apareciam no jornal e os seus diferentes estilos de pêlos faciais.


As Barbas eram mais populares em 1894


Quase 2/3 dos homens que apareciam no jornal em 1894 tinham barba, a maior proporção desde sempre.


Os Bigodes eram mais populares no tempo da 1ª Guerra Mundial


A popularidade dos bigodes atingiu o seu pico durante a 1ª Guerra Mundial  e tem constantemente descido desde ai.


E nos dias de hoje?


Este gráfico mostra a percentagem de pêlos faciais nos homens que estavam nas imagens do jornal de 1972 do Illustred News e em uma edição do jornal Daily Mirror de 27 de Fevereiro de 2014.
Mais de 1/3 dos homens naquela edição tinham barba (na definição original do estudo, uma barba é qualquer quantidade de pêlos centrados no queixo), uma percentagem muito maior que a ultima edição do Illustred London News.

Esta pequena análise não é de modo nenhum comparável com os  estudos dos outros gráficos anteriores mas dá para provar um certo ponto. Requer uma investigação e um estudo mais detalhado com toda a certeza.


Penso que uma das razões pela qual as barbas estão de alguma maneira relacionada com os tempos difíceis em que vivemos

Os homens jovens estão constantemente a competir para atrair alguém logo podemos esperar que certos aspectos da sua masculinidade sejam exacerbadas.

Depois do crash da bolsa em Wall Street em 1920 existem provas circunstanciais que as barbas cresceram outra vez. Talvez a conjuntura económica em que vivemos à alguns anos também tenha contribuído para o regresso dos pêlos em força.
Veja-se o caso recente da Grécia, basta olhar para os homens que aparecem nas manifestações.

As tendências normalmente movem-se em ciclos de 30 anos a partir do momento em que são notados mas a internet veio disseminar os fenómenos mais depressa, quando todos tem a mesma tendência é natural que se torne cansativo. Gostamos de nos considerar como indivíduos únicos, diferenciados e apesar de podermos ser inspirados por um estilo de que gostamos de alguém, não queremos parecer uma "fashion victim", eu pelo menos não gosto. A barba de 5-10 dias segundo um estudo já deste ano parece ser a tendência comum da maioria dos homens.

Felizmente na vida real, não acasalamos com uma média ou com dados e informações, ainda nem sequer entrámos na era da inteligência artificial mas uma coisa é certa, o tal "pico de barbas" já está em declinio e a Barbearia do Povo estará cá para dar assistência aos milhares de barbudos que por ai andam.

David Madeira



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